segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Internetês ou Português - o analfabetismo digital

Veja o que pensa Leandro Braçaroto, sobre o uso da linguagem da internet.

Nos dias de hoje é normal encontrarmos em bate-papos, jogos, conversas entre usuários, uma linguagem totalmente diferente: o internetês adotado por muitos jovens.
Vamos ao Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/internet%C3%AAs): O internetês é uma linguagem surgida no ambiente da internet, baseada na simplificação informal da escrita, com o objetivo principal de tornar mais ágil e rápida a comunicação, fazendo dela uma linguagem taquigráfica, fonética e visual. Abreviações, simplificações, símbolos criados por combinação de caracteres, símbolos gráficos próprios, e uma diversidade de recursos de comunicação por imagens utilizados na internet são as principais características encontradas nas mensagens que utilizam esta linguagem.
Vamos a alguns exemplos: "Td de bom p vc. Xau, bju!, Blz, t+! A gtn se fla por aki. Bjaum!" (o certo: Tudo de bom para você. Tchau. beijo!, beleza, até mais" A gente se fala por aqui. Beijão"), "Kd vc q naum dexo coments no meo flog pra eu fla c vc?" (Onde está você que não deixou um comentário na minha página pessoal de fotos para eu falar contigo?). Estas são frases típicas do que alguns professores, estudiosos da língua e gramáticos passaram a chamar de internetês. Mas pra falar sério, o que é possível encontrar atualmente na internet é brincadeira: "toaxandumoskema" (estou achando o maior esquema) entre outros é o principal problema.
Sim! Tudo quer dizer a mesma coisa! E acredite, há muita gente que só escreve na internet assim. Para essa galerinha, teclar com amigos escrevendo de forma natural e obedecendo às regras da gramática portuguesa pode ser brega, cafona e até mesmo sinônimo de uma pessoa ultrapassada.
O termo internetês, que ainda não está no dicionário (ainda, diriam os que já sabem que delete, off-line e on-line já constam no vocabulário, expressa a nova forma de escrever adotada pela maioria dos jovens e adolescentes com o hábito de conversar em chats e programas de bate-papo. A maneira colocou como regra o não uso de acentos, a possibilidades de inventar palavras ou emendá-las obedecendo somente à fonética.
A internet e as novas tecnologias de comunicação, além de mudar nossos hábitos, nossa percepção de mundo, está querendo agora mudar o ... português. É impressionante como o internetês está por todos os lados. Você, que tem um certo cuidado em relação à sua escrita, vê-se desestimulado quando olha para a grande maioria dos blogs e sites cujos autores eScReVeM aXiM, por exemplo. Erros de ortografia seguidos de erros de pontuação dão passagem a inúmeros erros gramaticais. Enfim, quando você percebe, a bola de neve já se formou e vem em sua direção. Independente do lado que escolher, parece ser impossível fugir.
Mesmo que não se sinta bem em relação às suas dúvidas sobre português, lembre-se, há editores de textos que podem ser de grande valia nessas horas – apesar de nem sempre serem totalmente confiáveis - Se você não sabe como se escreve aquela palavra ou não tem certeza se conjugou corretamente o verbo, tente-se ajudar usando um dicionário. Com certeza a nossa e a sua leitura serão bem melhores.
Ter pelo menos um certo conhecimento da sua língua e tentar escrever corretamente são o que todos deveriam buscar. Faça do seu blog, site, flog etc, um local de leitura agradável. São nesses espaços que podemos aperfeiçoar nossa escrita, nosso maravilhoso português. Ao contrário do que você imagina, isso atrairá leitores e quem sabe até fãs! Tenha em mente que você pode escrever sobre o que quiser, mas perceba que não adiantará em nada escrever sobre algo interessante se você não souber expressar-se.
O principal problema do internetês é quando esta forma errada passa-se a virar rotina e causar dúvidas na hora da escrita correta, como coletado na internet, uma frase de uma garota de 14 anos, estudante do ensino médio: "Muitas vezes escrevo e tenho que apagar. É uma coisa muito natural pra mim, porque na verdade escrevo muitas vezes mais no computador que no papel", diz. Neste artigo (http://www.acessa.com/informatica/arquivo/galeraweb/2006/01/18-internet/) é retratado que ela digita tudo em uma grande velocidade, muitas vezes, superior ao tempo gasto para escrever em papel, e passa em média seis horas do dia em frente ao computador. Desse jeito, fica realmente muito difícil não se confundir.

Você concorda com Braçaroto? Considerando o gênero, sua circulação, as intenções do produtor o internetês deve ser visto como um vilão? Entre aqui e comente.

Internetês ou Português - O Analfabetismo Virtual



Vejam o que pensa Leandro Braçaroto sobre a linguagem usada nas redes sociais.

Nos dias de hoje é normal encontrarmos em batepapos, jogos, conversas entre usuários, uma linguagem totalmente diferente: o internetês adotado por muitos jovens.


Vamos ao Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Internet%C3%AAs): O internetês é uma linguagem surgida no ambiente da internet, baseada na simplificação informal da escrita, com o objetivo principal de tornar mais ágil e rápida a comunicação, fazendo dela uma linguagem taquigráfica, fonética e visual. Abreviações, simplificações, acrônimos, símbolos criados por combinação de caracteres, símbolos gráficos próprios, e uma diversidade de recursos de comunicação por imagens utilizados na internet são as principais características encontradas nas mensagens que utilizam esta linguagem.


Vamos a alguns exemplos: "Td de bom p vc. Xau, bju!, Blz, t+! A gtn se fla por aki. Bjaum!" (Tudo de bom para você. Tchau. beijo!, beleza, até mais" A gente se fala por aqui. Beijão"), "Kd vc q naum dexo coments no meo flog pra eu fla c vc?" (Onde está você que não deixou um comentário na minha página pessoal de fotos para eu falar contigo?). Estas são frases típicas do que alguns professores, estudiosos da língua e gramáticos passaram a chamar de internetês. Mas pra falar sério, o que é possível encontrar atualmente na internet é brincadeira: "toaxandumoskema" (estou achando o maior esquema) entre outros é o principal problema.

Sim! Tudo quer dizer a mesma coisa! E acredite, há muita gente que só escreve na internet assim. Para essa galerinha, teclar com amigos escrevendo de forma natural e obedecendo às regras da gramática portuguesa pode ser brega, cafona e até mesmo sinônimo de uma pessoa ultrapassada.  O termo internetês, que ainda não está no dicionário (ainda, diriam os que já sabem que delete, off-line e on-line já constam no vocabulário - Leia a matéria! http://www.acessa.com/informatica/arquivo/narede/2005/12/19-vocabulario/ ), expressa a nova forma de escrever adotada pela maioria dos jovens e adolescentes com o hábito de conversar em chats e programas de bate-papo. A maneira colocou como regra o não uso de acentos, a possibilidades de inventar palavras ou emendá-las obedecendo somente à fonética.

A internet e as novas tecnologias de comunicação, além de mudar nossos hábitos, nossa percepção de mundo, está querendo agora mudar o ... português. É impressionante como o internetês está por todos os lados. Você, que tem um certo cuidado em relação à sua escrita, vê-se desestimulado quando olha para a grande maioria dos blogs e sites cujos autores eScReVeM aXiM, por exemplo. Erros de ortografia seguidos de erros de pontuação dão passagem a inúmeros erros gramaticais. Enfim, quando você percebe, a bola de neve já se formou e vem em sua direção. Independente do lado que escolher, parece ser impossível fugir.

Mesmo que não se sinta bem em relação às suas dúvidas sobre português, lembre-se, há editores de textos que podem ser de grande valia nessas horas – apesar de nem sempre serem totalmente confiáveis - Se você não sabe como se escreve aquela palavra ou não tem certeza se conjugou corretamente o verbo, tente-se ajudar usando um dicionário. Com certeza a nossa e a sua leitura serão bem melhores.

Ter pelo menos um certo conhecimento da sua língua e tentar escrever corretamente são o que todos deveriam buscar. Faça do seu blog, site, flog etc, um local de leitura agradável. São nesses espaços que podemos aperfeiçoar nossa escrita, nosso maravilhoso português. Ao contrário do que você imagina, isso atrairá leitores e quem sabe até fãs! Tenha em mente que você pode escrever sobre o que quiser, mas perceba que não adiantará em nada escrever sobre algo interessante se você não souber expressar-se.

O principal problema do internetês é quando esta forma errada passa a virar rotina e causar dúvidas na hora da escrita correta, como coletado na internet, uma frase de uma garota de 14 anos, estudante do ensino médio: "Muitas vezes escrevo e tenho que apagar. É uma coisa muito natural pra mim, porque na verdade escrevo muitas vezes mais no computador que no papel", diz. Neste artigo(http://www.acessa.com/informatica/arquivo/galeraweb/2006/01/18-internet/) é retratado que ela digita tudo em uma grande velocidade, muitas vezes, superior ao tempo gasto para escrever em papel, e passa em média seis horas do dia em frente ao computador. Desse jeito, fica realmente muito difícil não se confundir.
Para defender a ideia, a professora da garota também diz: "Imaginemos uma história com início meio e fim. Para nós, adultos que não tivemos uma experiência com computadores tão profunda como essa nova geração tem, parece mais que natural desenvolver uma ordem cronológica para o nosso discurso. Simplesmente, a maioria desse pessoal que passa o dia falando no computador, não consegue. Muitos não entrelaçam os parágrafos, não amarram as idéias e não possuem um poder de argumentação tão aguçado".

Até onde chegaremos? Atualmente temos até o inglês incorporado em meio ao português: "vo fase um fake profile ai tu add e deixa um scrap" (Vou fazer uma outra conta com meu perfil, com isso você me adiciona e me deixa um recado) ou "vo por um mod pra dá um clean no visual" (Vou colocar uma modificação para dar uma limpada no visual), e cada vez mais se não formos "aprendendo" o internetês ficamos de fora das comunicações com os jovens.

E o pior: o internetês é uma técnica que tende a crescer. Segundo a E-Consulting, o Brasil tem 25 milhões de internautas. E, de acordo com pesquisa do Ibope/NetRating, os brasileiros ficaram, em julho do ano passado, em média, cerca de 16h e 54min conectados, ou seja, somos a população que passa mais tempo na internet no mundo. Fica claro que a web e sua linguagem são coisas cada vez mais presentes no cotidiano brasileiro.


Reflita uma coisa... De que adiantou você ter passado anos e mais anos na escola estudando português, se tudo o que aprendeu não é  usado dentro do seu padrão de leitura e escrita?! Procure um dicionário na hora de escrever, quando escrever, escreva corretamente, atentando-se a acentos, parágrafos, exposição de idéias. Faça um texto com coesão e coerência. Nosso português agradece e, principalmente, quem ler seu texto.

Você concorda com o autor? O internetês é esse problemão todo?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Perguntas esparsas

A influência que a Internet provoca nos hábitos de escrita do adolescente é um
tema que polemiza os debates em prol da educação. Entretanto, pouco se fala da leitura!

As tecnologias de informação e comunicação na Internet disponibilizam ao internauta grande acervo de bibliotecas digitais e virtuais, expandindo, desta forma, os limites do ensino e da pesquisa. E onde estamos nós, educadores? O que estamos fazendo para melhor compreender as inovações que o espaço digital tem trazido para o mundo e aplicar essas inovações em nossas práticas diárias em sala de aula?

A leitura, processo intrinsecamente ligado à escrita, é um aprendizado cultural que aglomera aspectos ideológicos, culturais e filosóficos que irão compor o pensamento humano exigindo, conseqüentemente, uma
posição crítica do “ser” leitor. Como ser crítico com uma educação que gera robôs?!

O adolescente adora um computador, mas considera a leitura das obras literárias uma atividade penosa, desagradável.  Seria possível a escola reverter esse posicionamento ,juvenil usando os recursos da internet de forma a cativar o jovem a descobrir o significado da leitura?

domingo, 7 de novembro de 2010

Conselho Nacional de Educação decide vetar compra do livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, nas escolas públicas. Vale a pena ler o texto a seguir de Marisa Lajolo.

Quem paga a música escolhe a dança?

Marisa Lajolo   

“Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, está em pauta e é bom que esteja, pois é um livro maravilhoso. Narra as aventuras da turma do sítio de Dona Benta primeiro às voltas com a bicharada da floresta próxima  e, depois, com uma comissão do governo encarregada de caçar um rinoceronte fugido de um circo. Nos dois episódios prevalecem o respeito ao leitor, a visão crítica da realidade, o humor fino e inteligente.  

Na primeira narrativa, a da caçada da onça, as armas das crianças são improvisadas e na hora agá  não funcionam. É apenas graças à esperteza e inventividade dos meninos que eles conseguem matar a onça e arrastá-la até a casa do sítio. A morte da onça provoca revolta nos bichos da floresta e eles planejam vingança numa assembléia muito divertida: felinos ferozes invadem o sítio e – de novo - é apenas graças à inventividade e esperteza das crianças (particularmente de Emília) que as pessoas escapam de virar comida de onça.  

Na segunda narrativa, a fuga de um rinoceronte de um circo e seu refúgio no sítio de Dona Benta leva para lá a Comissão que o governo encarregou de lidar com a questão. Os moradores do sítio desmascaram a corrupção e o corpo mole da comissão, aliam-se ao animal cioso da liberdade conquistada e espantam seus proprietários. E, batizado Quindim, o  rinoceronte fica para sempre incorporado às aventuras dos picapauzinhos. 

Estas histórias constituem o enredo do livro que parecer recente do Conselho Nacional de Educação (CNE), a partir de denúncia recebida, quer proibir de integrar acervos com os quais programas governamentais compram livros para bibliotecas escolares. O CNE acredita que o livro veicula conteúdo racista e preconceituoso e que os professores não têm competência para lidar com tais questões. Os argumentos que fundamentam as acusações de racismo e preconceito são  expressões pelas quais Tia Nastácia é referida no livro, bem como a menção à África como lugar de origem de animais ferozes. 

Sabe-se hoje que diferentes leitores interpretam um mesmo texto de maneiras diferentes. Uns podem morrer de medo de uma cena que outros acham engraçada. Alguns  podem sentir-se profundamente tocados por passagens que deixam outros impassíveis.  Para ficar num exemplo brasileiro já clássico, uns acham que Capitu (D. Casmurro, Machado de Assis, 1900) traiu mesmo o marido, e outros acham que não traiu, que o adultério foi fruto da mente de Bentinho.  Outros ainda acham que Bentinho é que namorou Escobar...!

É um grande avanço nos estudos literários esta noção mais aberta do que se passa na cabeça do leitor quando seus olhos estão num livro. Ela se fundamenta no pressuposto segundo o qual, dependendo da vida que teve e que tem, daquilo em que acredita ou desacredita, da situação na qual lê o que lê, cada um entende uma história de um jeito.  Mas essa liberdade do leitor vive sofrendo atropelamentos. De vez em quando, educadores de todas as instâncias – da sala de aula ao Ministério de Educação-   manifestam desconfiança da capacidade de os leitores se posicionarem de forma correta  face ao que lêem. 

Infelizmente, estamos vivendo um desses momentos. 

Como os antigos diziam que quem paga a música escolhe a dança, talvez se acredite hoje ser correto que quem paga o livro escolha a leitura que dele se vai fazer. A situação atual tem sua (triste) caricatura no lobo de Chapeuzinho Vermelho que não é mais abatido pelos caçadores, e pela dona Chica-ca que não mais atira um pau no gato-to. Muda-se o final da história e re-escreve-se a letra da música porque se  acredita que leitores e ouvintes sairão dos livros e das canções abatendo lobos e caindo de pau em bichanos. Trata-se de uma idéia pobre, precária e incorreta que além de considerar as crianças como tontas, desconsidera a função simbólica da cultura. Para ficar em um exemplo clássico, a psicanálise e os estudos literários ensinam que a madrasta malvada de contos de fada não desenvolve hostilidade conta a nova mulher do papai, mas – ao contrário-  pode ajudar a criança a não se sentir muito culpada nos momentos em que odeia a mamãe, verdadeira ou adotiva... 

Não deixa de ser curioso notar que esta pasteurização pretendida para os livros infantis e juvenis coincide com o lamento geral  – de novo, da sala de aula ao Ministério da Educação— pela precariedade da leitura praticada na sociedade brasileira. Mas, como quem tem caneta de assinar cheques e de encaminhar leis tem o poder de veto, ao invés de refletir e discutir, a autoridade veta. E veta porque, no melhor dos casos e muitas vezes com a melhor das intenções, estende suas reações a certos livros a um numeroso e anônimo universo de leitores...
  
No caso deste veto a “Caçadas de Pedrinho”,  Conselheira Relatora Nilma Lino Gomes acolhe denúncia de Antonio Gomes da Costa Neto que entende como manifestação de preconceito e intolerância  de maneira mais específica a personagem feminina e negra Tia Anastácia e as referências aos personagens animais tais como urubu, macaco e feras africanas;  (...) aponta menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano , que se repete em vários trechos do livro analisado e exige da editora responsável pela publicação a inserção no texto de apresentação de uma nota explicativa e de esclarecimentos ao leitor sobre os estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos na literatura. 

Independentemente do imenso equívoco em que, de meu ponto de vista, incorrem o denunciante e o CNE que aprova por unanimidade o parecer da relatora, o episódio torna-se assustador pelo que endossa, anuncia e recomenda de patrulhamento da leitura na escola brasileira. A nota exigida transforma livros em produtos de botica, que devem circular acompanhados de bula com instruções de uso.  

O que a nota exigida  deve explicar? O que significa esclarecer ao leitor sobre os estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos na literatura? A quem deve a editora encomendar a nota explicativa ? Qual seria o conteúdo da nota solicitad? A nota deve fazer uma auto-crítica (autoral, editorial?), assumindo que o livro contém estereótipos? A nota deve informar ao leitor que “Caçadas de Pedrinho” é  um livro racista?  Quem decidirá se a nota explicativa cumpre efetivamente o esclarecimento exigido pelo MEC?  

As questões poderiam se multiplicar. Mas não vale a pena. O panorama que a multiplicação das questões delineia é por demais sinistro.  Como fecho destas melancólicas maltraçadas aponte-se que qualquer nota no sentido solicitado – independente da denominação que venha a receber, do estilo em que seja redigida, e da autoria que assumir - será um desastre. Dará sinal verde para uma literatura autoritariamente auto-amordaçada.  E este modelito da mordaça de agora talvez seja  mais pernicioso do que a ostensiva queima de livros em praça pública, número medonho mas que de vez em quando entra em cartaz na história desta nossa Pátria amada idolatrada salve salve.  E salve-se quem puder... pois desta vez a censura não quer determinar apenas o que se pode ou não se pode ler, mas é mais sutil, determinando como se deve ler o que se lê! 

Marisa Lajolo -   Profª Titular (aposentada) da UNICAMP. Profª da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pesquisadora Senior do CNPq. Organizadora, com João Luís Ceccantini do livro de Monteiro Lobato livro a livro (obra infantil), obra que recebeu o Prêmio Jabuti 2010 como melhor livro de não ficção. 

Mesário rouba a cena! Muito engraçado ver o desespero dos jornalistas e o to-nem-aí do rapaz.

http://www.youtube.com/watch?v=QVdM2S7YIa0&NR=1

domingo, 31 de outubro de 2010

Boas práticas na internet

• Use a internet de modo positivo. Divulgue boas ideias, compartilhe conhecimentos e colabore com outros usuários;
• No mundo virtual, a única forma de saber o que o outro quer dizer é ler o que está escrito e interpretar. Assim, seja claro e objetivo ao escrever, de forma a não provocar interpretações falsas;
• Você pode usar emoticons (as carinhas da internet) com moderação, sem exageros, mas somente entre conhecidos, nunca em mensagens formais;
• Ao copiar textos e conteúdos de terceiros,  cite a fonte, o autor ou a referência bibliográfica;
• Utilize expressões como “Bom dia”, “Olá”, “Oi”, “Até mais”, “Atenciosamente”,”Obrigado”, entre outras, ao iniciar e finalizar suas mensagens;
• Não se esqueça de sempre assinar seu nome;
• Ao enviar a mesma mensagem para várias pessoas, utilize o campo Com Cópia Oculta (CCO). Desse modo, você preserva os endereços dos remetentes. O ‘CCO’ também evita as intermináveis respostas em cascata, quando todos respondem para o grupo sem necessidade;
• Não use letras maiúsculas o tempo todo para escrever um e-mail, fazer um comentário em um blog ou publicar alguma coisa em um site de relacionamentos, isso é a mesma coisa que GRITAR com quem você está falando. Use letras maiúsculas e minúsculas da mesma forma que na escrita normal;
• Evite incomodar as pessoas, amigos e conhecidos com mensagens que repassam correntes, piadas ou curiosidades.

O mundo virtual nada mais é do que a extensão do mundo real. Fique atento e use o bom senso na internet você
também.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Atividade 2 - Crônica - Entrevista

Atividade 2

Crônica-Entrevista

1-   Entre em sites diversos de jornais. Veja como esses portadores se estruturam na Internet. Para isso, dê uma "gulgada" que sugestões mil aparecerão para você.
2-  Solicite que os alunos busquem crônicas nos jornais eletrônicos.
3-  Estude as características dessas crônicas. Do que tratam, qual o registro utilizado, público alvo, conta um caso, faz considerações filosóficas sobre algum fato do cotidiano? Como ela é formatada?
4-   Selecione cronistas diversos em jornais eletrônicos ou em formatos tradicionais. 
5-   Levante o e-mail desses cronistas.
6-   Trabalhe o que vem a ser uma entrevista. Mostre os diversos tipos : noticiosa, opinativa, de atualidades, expressa, retrato etc.
7-   Faça os alunos pesquisarem sobre como se faz uma entrevista. O que é necessário antes, durante e depois. Apresente a eles entrevistas em jornais, revistas e sites. Levante com eles a formatação de uma entrevista. O título, a linha fina, o resumo inicial, as perguntas e respostas, a adequação do registro (nível de linguagem) ao portador e ao público alvo.
8-   Após estudados os passos de uma entrevista e as características do gênero, encaminhe os alunos a fazerem entrevistas com os próprios colegas, via e-mail. Faça-os formatar as respostas de acordo com os exemplos vistos anteriormente, ou deixe-os criar.
9-   Solicite que escrevam e-mail a cronistas diversos solicitando que respondam a algumas perguntas já postas no e-mail.
10- Aguarde as repostas. Enquanto isso, vá  trabalhando crônicas em sala de aula.
11- Quando as respostas forem chegando, oriente os alunos a editarem-nas no formato entrevista e a publicá-las  no site da escola.

Atividade 1- Parte 2

Parte II

a-   Instale em cada máquina um programa de animação gratuito. Sugerimos o animator. (basta dar uma “gulgada” e baixar nas máquinas da escola. Ou use apenas o power-point.
b-   Solicite que os alunos tirem várias fotos digitais do fato que irá virar notícia. Pode-se também coletar na Internet (Google image) fotos relacionadas ao tema.
c-   Leve-os a associar as partes das notícias às fotos colhidas.
d-  Oriente-os a perceber que a notícia falada deve ser mais enxuta que a escrita. A linguagem deve ser acessível a todas as camadas da população
e-   Orientar para o fato de que as fotos não devem ser meramente ilustrativas. Elas devem ajudar no processo de informação, acrescentando dados.

Parte III
Apresentação do trabalho para a turma.

Parte IV
Avaliação da atividade.

Atividade 1- Parte 1

Atividade 1:
Notícia para jornal falado
Seqüência de fotos em power-point

Explorar o gênero: Notícia

PARTE 1
Em sala de aula

1-   Traga para a sala de aula notícias retiradas de portadores diversos (jornais e revistas). Você pode também ir para o laboratório da escola e solicitar que os alunos naveguem por sites de jornais diversos.(http://www.folhaonline.com.br/, http://www.estaminas.com.br/; http://www.hojeemdia.com.br/ , http://www.otempo.com.br/ ). Pode ainda solicitar que os alunos tragam notícias de casa.

Obs.: Como você ainda não apresentou o gênero NOTÍCIA, em um primeiro momento é melhor que você traga as notícias. Caso opte por deixar que seus alunos tragam os textos, eles podem confundir-se e trazer reportagens, notas, crônicas e outros gêneros. 

2-      Peça que os alunos analisem os elementos constitutivos do gênero :
a-  Título- geralmente curto e objetivo. Consta das seguintes informações : quem, o quê, e , por vezes, onde.
Exemplos: “PMDB avisa que ainda apóia Renan”, “Presidente nega paralisia”, “Relator enfrenta seu partido”, “MP e tribunal vão discutir estratégia” "Emenda provoca divergências”
àObserve que os verbos dos títulos estão sempre no presente. Discuta com seus alunos o porquê disso. (A notícia é sempre atual, é de interesse imediato daí a necessidade do uso do verbo no presente. Significa que acabou de acontecer.)
àDesenvolva a seguinte atividade. Solicite uma folha comprida e dobre em três partes, na horizontal. Em pequenos grupos de três alunos, peça que o primeiro escreva na folha QUEM e , a seguir dobre a folha. O colega escreverá, sem olhar o que foi escrito anteriormente, O QUÊ e dobrará a folha. O último do grupo escreverá ONDE. Aí abre-se a folha e coisas bem engraçadas estarão ali. Mande que leiam uns para os outros. àDiscuta com eles se os períodos resultantes da brincadeira têm sentido, se são coerentes, se dá para considerá-los texto.
à Faça seus alunos perceberem que a notícia se atém aos fatos. Quem fez o quê, como fez, onde fez e daí. Ou o que aconteceu, onde, como, por que e daí. Converse com seus alunos sobre a importância do título em uma notícia. Ele precisa ser impactante, chamar a atenção . Só assim ele funciona.

Dona Lili
continua encalhada
na cozinha.
Meu pai
lança foguete
na varanda do sítio.


b-   Linha fina – também chamada de mini-lead. Trata-se de um texto bem curto e objetivo que vem após ou acima do título da notícia. Tem a função de prender o leitor com informações bem básicas.
c-    Lead – normalmente é o texto inicial da notícia. Apresenta um resumo informando as questões básicas a serem detalhadas na notícia: quem, o quê, quando, onde , como e por quê.
d-  Corpo do texto – detalhamento ou desenvolvimento do lead. Traz informações essenciais sobre o fato ocorrido. Não há maior aprofundamento, nem diversas opiniões sobre o tema. Solicite que cada grupo crie uma seqüência narrativa ocorrida no recreio registrando personagens, tempo, espaço e ação. Peça que alguns leiam. Pergunte se o fato narrado seria de interesse geral. Discuta a necessidade de ser relevante para que o fato mereça virar notícia.
e-   Registro – normalmente utiliza-se a variedade padrão da língua. Procura-se ser bastante objetivo tendo sempre em vista o público-alvo da publicação. Tende à impessoalidade, sendo escrita em 3ª pessoa. (Discuta com seus alunos a dificuldade de se ser impessoal em um texto. As escolhas sintáticas ou lexicais que são feitas acabam por denunciar o ponto de vista do enunciador.
f-   Discurso direto e indireto – em uma notícia procura-se entrevistar pessoas envolvidas diretamente com o fato. Os depoimentos podem integrar a notícia por meio do discurso direto e indireto. Trabalhe esses conceitos e peça que os alunos identifiquem em algumas notícias essa ocorrência.

Leitura na Internet substitui livros?

Motoko Rich.
Tradução: Paulo Migliacci.

O que significa ler, na era digital? Será que a leitura na internet substitui os livros "de verdade"? A discussão acontece entre criadores de políticas educacionais e especialistas em leitura ao redor do mundo, além de envolver grupos como o Conselho Nacional de Professores de Inglês e a Associação Internacional de Leitura.
Com a queda e a estagnação das notas de adolescentes em testes padrão de leitura, alguns argumentam que as horas gastas navegando na Internet são inimigas da leitura - diminuindo a alfabetização, destruindo os níveis de atenção e dilapidando uma preciosa herança cultural comum que existe apenas por meio da leitura de livros.
Mas outros dizem que a Internet criou um novo tipo de leitura, que não deve ser desprezado por escolas e pela sociedade. A web inspira adolescentes que poderiam passar a maior parte de seu tempo de lazer vendo televisão, a ler e a escrever.

Pelo menos desde a invenção da televisão, os críticos alertam que a mídia eletrônica vai acabar com a leitura. A diferença agora, dizem alguns especialistas em alfabetização, é que passar tempo na Internet, mesmo que seja procurando alguma coisa no Google, requer alguma interação com textos. Poucos que acreditam no potencial da Internet negam o valor dos livros. Mas eles argumentam que é pouco realista esperar que todas as crianças leiam "O Sol É Para Todos", de Harper Lee, ou "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen, por diversão. E os que preferem contemplar a televisão ou apertar botões em um controle de videogame, eles dizem, ainda podem se beneficiar pela leitura na web. Na verdade, alguns especialistas em leitura dizem que a capacidade de leitura online vai ajudar muito mais as crianças quando elas começarem a procurar empregos da era digital.
Alguns proponentes das virtudes da web dizem que as crianças devem ser avaliadas por sua proficiência na Internet assim como são testadas quanto à sua compreensão de textos impressos. A partir do ano que vem, alguns países vão participar de novas avaliações internacionais de alfabetização digital, mas os Estados Unidos, por enquanto, vão ficar de fora.

Os jovens "não se incomodam tanto como nós, pessoas mais velhas, com leituras que não se enquadrem ao padrão linear", disse Rand Spiro, professor de psicologia educacional na Universidade Estadual do Michigan que está estudando as práticas de leitura dos usuários de Internet. "E isso é uma vantagem, porque o mundo mesmo não é linear, e tampouco é organizado em compartimentos ou capítulos separados".

Alguns tradicionalistas preferem advertir que a leitura digital é o equivalente intelectual da teoria de que existem "calorias vazias", que não engordam. Muitas vezes, eles afirmam, os escritores que utilizam a Internet empregam um jargão misterioso que incomoda os pais e professores. Ao ler em ziguezague a cornucópia de palavras, imagens, vídeos e sons, eles afirmam, os usuários mais se distraem do que se beneficiam. E muitos jovens passam a maior parte do tempo que dedicam à Internet jogando alguma coisa ou enviando mensagens, atividades que envolvem um mínimo de leitura.

Podemos viver sem...

Podemos viver sem os livros. Podemos viver sem o jornal. Podemos viver sem o rádio, sem a televisão, sem o cinema, sem o computador. Mas a falta dos livros nos exclui de um universo de prazer e de descobertas. 

Da mesma forma, a vida sem o rádio, sem o jornal, sem a televisão, sem o cinema, entre outros meios de comunicação, nos exclui de um mundo de informações, separando-nos do contato com outras pessoas, outros lugares, outras culturas, em suma, impedindo-nos o acesso à informação, à cultura, a outras formas de pensar.
            Esse acesso à informação deveria ser um direito das pessoas. Além desse direito, a elas deveria ser possibilitado o acesso fácil a esses dados, sob pena de que elas, sem eles, sejam excluídas de parte das atividades da sociedade.
            Podemos viver sem o computador, mas sem ele somos excluídos de uma sociedade digital que se constitui e se consolida a cada dia, passando a ser, em muitos casos, uma necessidade e não um luxo.